Plano de Monitoramento Ambiental para o Arquipélago de São Pedro e São Paulo através do Método de Entradas e Saídas

Resumo: Uma ilha oceânica exige, por suas características de isolamento, cuidados ambientais em função dos prováveis impactos decorrentes das intervenções humanas. O investimento institucional crescente na ocupação em ilhas, por interesses estratégicos, econômicos, científicos e preservacionistas, vem se desdobrando em intervenções freqüentes e necessárias. Ao mesmo tempo, os avanços científicos têm gerado uma quantidade significativa de informações que podem auxiliar no diagnóstico e na busca de soluções para uma ocupação equilibrada em locais de interesse ambiental. O desenvolvimento do projeto arquitetônico da Estação Científica do ASPSP foi alicerçado em informações científicas e ambientais provenientes de instituições de ensino e pesquisa, iniciando um processo trans-disciplinar de planejamento, seja no auxilio ao treinamento do público alvo, seja nas atividades rotineiras de manutenção. A equipe do Laboratório de Planejamento e Projetos, com apoio do CNPq e da UFES, está acompanhando a relação de eficiência da Estação com a aplicação da metodologia de avaliação pós-ocupação (APO), cujos resultados preliminares permitiram a identificação dos principais aspectos causadores de desconforto para os usuários. Esses resultados, associados à avaliação técnica sistemática de eficiência das edificações e instalações complementares, auxiliaram a coordenação do PROARQUIPÉLAGO na SECIRM sobre a necessidade de investimentos para a redução do desconforto dos usuários - especialmente em relação à incidência de ondas na edificação principal -, bem como do inconveniente para os pesquisadores o fato da Estação não possuir um ambiente para tratamento das amostras coletadas. Ressalta-se que a metodologia APO está diretamente relacionada ao conforto/eficiência para o usuário, não abordando a questão da eficiência ambiental. As exigências legais e normativas, que pouco efeito exercem sobre a realidade do ASPSP, além de serem de difícil implementação nas rotinas pela rotatividade de pesquisadores no local, ainda não cumprem a função efetiva de controle dos efeitos nocivos causados pela presença humana no ambiente natural. Já se proliferam animas exóticos, tais como baratas e moscas, assim como é perceptível o aumento da vegetação que se incrusta nas rochas. O exemplo do que aconteceu no Atol das Rocas, em que ratos, baratas e escorpiões proliferaram nas ilhas, deve ser evitado, principalmente por o Arquipélago se configurar como um laboratório, em que qualquer eventual mudança ambiental pode trazer conseqüências para o lugar e para os estudos científicos. Dessa forma, tornam-se necessário o desenvolvimento de um instrumento específico de avaliação das interações entre os elementos naturais e os elementos inseridos; o homem e seus artefatos. O PROARQUIPÉLAGO propicia o desenvolvimento de um inventariado complexo advindo de diversos projetos de pesquisas vinculados ao programa, possibilitando o entendimento das inter-relações dos elementos originais com os inseridos no processo de antropização. Assim, os principais objetivos da pesquisa são: 1. Estabelecer um plano de monitoramento ambiental contínuo no ASPSP enquanto instrumento auxiliar de controle e tomada de decisão no âmbito do PROARQUIPÉLAGO; e 2. Avaliar o método de entradas e saídas aplicado em um ambiente controlado visando a aplicabilidade em situações semelhantes. Ressalta-se que a condição de isolamento do Arquipélago e a possibilidade de controle das variáveis de "entradas" e "saídas", permite a avaliação do método proposto cuja aplicabilidade, após testado, poderá ser realizada em outros locais de sensibilidade ambiental.

Data de início: 20/12/2005
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papel Nomeordem decrescente
Coordenador CRISTINA ENGEL DE ALVAREZ
Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910